segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Nossas riquezas


Este é o tema da edição da Semana Farroupilha, que acontecerá de 13 a 20 de setembro. A nossa congregação, mais uma vez, estará celebrando este momento junto aos irmãos em nosso galpão crioulo. A programação seguirá o exemplo das outras duas edições: sempre à noite, teremos jantares típicos, devocionais e rodas de chimarrão com violeiros e gaiteiros.  Veja aqui a programação do evento.

A 3a edição da Semana Farroupilha da CEL São Lucas é mais um momento de integração e confraternização dos irmãos em Cristo. E o tema desta edição, “Nossas Riquezas”, nos leva a refletir não só sobre o nosso Estado e nosso amor e orgulho por ele, mas também sobre o Patrono celestial. Afinal, tudo o que somos e temos é obra de Deus. E o que temos feito para retribuir Suas dádivas? A começar por lembrar de agradecer a Ele por todas as bênçãos que nos tem concedido.

O povo gaúcho é muito orgulhoso de seus costumes. Das bombachas, ponchos, botas e vestidos de prenda, hoje o que restou com mais força foram o velho chimarrão e o sotaque. E como o gaúcho gosta de empunhar a cuia e trotear por aí falando pelos cotovelos, sem dar bola se alguém não entender o que é bah, barbaridade, tchê, tri, guri, baia, baita, lagartear, cusco, cacetinho, lomba, sinaleira e mais um monte de gírias gauchescas que já foram exportadas de tanto que se fala por esses rincões.

O Rio Grande do Sul também é berço da IELB, fundada em 1904, em São Pedro do Sul. Mas quando se trata de “vestir a camiseta” da Igreja, sobretudo de Deus, poucos o fazem verdadeiramente. Quero dizer que não saem por aí carregando a Bíblia como a cuia, nem proferindo o Evangelho como as gírias gauchescas. É diferente exibir o orgulho de ser Cristão como o de ser gaúcho. É difícil falar de algo que apenas se sente, agradecer e retribuir a alguém que não se vê, a esperar por promessas desconhecidas. Mas Jesus mesmo disse a seu discípulo Tomé, quando ressuscitou: “Você creu porque me viu? Felizes são os que não viram, mas assim mesmo creram!” (Jo 20.29). E como nos sentimos bem quando conversamos com Deus, como nos sentimos aliviados quando retribuímos a alguém com um simples gesto de amor, solidariedade, auxílio. Enchermo-nos de sentimentos bons traz paz e alegria a mente e coração. São as maravilhas do amor de Deus, as nossas riquezas celestiais.

Que todos sejam gratos e saibam retribuir e levar a palavra de Deus por todos os rincões afora.

Um quebra-costela e uma abençoada semana a todos!

Luana Lemke Guterres

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Pai de todos

Aproxima-se mais um Dia dos Pais. Uma data que, todos sabemos, foi criada (ou melhor, sustentada) com fins comerciais, assim como os dias das Mães, das Crianças, dos Avós (comemorado no último dia 26), da Mulher e tantas outras. A propósito, não podemos esquecer de citar uma das mais recentes datas criadas: o Dia do Homem, celebrado em 15 de julho. Todas as datas comemorativas, e aí incluo Natal e Páscoa, transformaram-se em grandes festas, recheadas de comidas e presentes. Poucos realmente aproveitam estes momentos para refletir e celebrar valores, que, em princípio, trazemos de casa e que aprendemos com os nossos pais.

Em tempos em que as famílias modernas, em sua maioria, não dão valor aos princípios básicos de uma família cristã, em que a preocupação com o trabalho e a ascensão profissional estão em primeiro lugar e os filhos são deixados de lado, eu quero lembrar dos bons tempos em que vivi, sob o mesmo teto, com meus pais, em especial meu pai. Tenho certeza que meus irmãos concordariam comigo em dizer que somos abençoados pelos pais que temos. Foi um verdadeiro presente de Deus. Muito aprendemos com eles e tudo o que somos devemos a eles.

É engraçado dizer isso, mas sempre que pensava em como seria Deus, pensava no meu pai. Seria um senhor barbudinho, com cabelos falhos e grisalhos? Seria paciente e amoroso? Viria com soluções simples para nossos problemas, que achávamos enormes, como consertar o controle do videogame com um cabo de escova de dente (os jovens e crianças de hoje nem sabem do que estou falando)? Deixaria nos divertir, como quando a mãe saía de casa e o pai nos deixava "atacar" a despensa? Ensinaria o caminho, mas nos deixaria livre para escolher, como o pai nos orientou estudar, independente do que escolheríamos ser quando crescêssemos (e por mais que eu tenha perdido meu diploma de jornalista, ele e a mãe são meus principais incentivadores)?

Talvez ele não lembre, mas eu nunca esquecerei da minha alegria quando aos 10 anos recebi um bilhete assinado pelo pai na escola depois de uma reunião de pais. Afinal, era sempre a mãe que ia. E aquela vez ele foi à minha reunião e fiquei muito feliz. Certamente ele ficou orgulhoso porque nós três sempre tirávamos notas boas, e deve ter escrito isso no bilhete, que eu não lembro. Só me recordo do final em que ele escreveu: "Um beijo na ponta de seu nariz. Papai".

Um gesto simples, mas de amor. Hoje, eu quero retribuir esse pequeno gesto e tantos outros que recebi nos meus 30 anos. Não só a meu pai, mas a Deus, que é o Pai de todos. Que todos os filhos possam agradecer aos pais e a Deus, não só pela vida, pela educação, pelo amor, mas pelos pequenos gestos, pelos conselhos, pela paciência e até pelos puxões de orelha. E que todos os pais possam agradecer a Deus por sua missão divina, e que possam se orgulhar em verem no que se transformou aquele frágil bebê que criaram.

Uma abençoada semana a todos e FELIZ DIA DOS PAIS!

Luana Lemke Guterres
jornalulemke@gmail.com